O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento, cujos sintomas podem ser percebidos antes dos 3 anos. O TEA — Transtorno do Espectro Autista — afeta a comunicação, bem como a interação social e as habilidades cognitivas.

Dentre as características mais comuns do espectro, estão: comportamento repetitivos; resistência a mudanças na rotinas; hiper ou hipo sensibilidade ao toque e dificuldades na interação social.

Da mesma forma, as pessoas com autismo podem ter dificuldades com a fala e com a comunicação não verbal. Por isso, a fonoterapia é fundamental no tratamento do autismo, já que irá ajudar as pessoas com TEA em suas dificuldades de comunicação.

Dificuldades na fala e na comunicação no autismo

O autismo pode afetar a fala, o desenvolvimento da linguagem e a comunicação de várias maneiras. Uma pessoa com TEA pode não falar, emitir somente grunhidos, gritos, ou sons guturais, falar com entonação musical, balbuciar sons, usar palavras incomuns ou apresentar uma fala robótica.

As pessoas com autismo também podem apresentar ecolalia — repetição de frases e palavras que ouviu — além de usar um tom de voz inexpressivo. Cerca de uma em cada três pessoas com autismo tem dificuldade de produzir os sons da fala para se comunicar de maneira eficaz. Quando a linguagem é presente, pode ser de difícil compreensão.

Os problemas de comunicação no autismo surgem das dificuldades com as habilidades de conversação — como contato visual e gestos — em entender o significado das palavras fora do contexto, em memorizar o que ouviu, na dependência da ecolalia como a principal forma de comunicação e na falta de compreensão do significado das palavras ou símbolos.

Por causa desses desafios, uma criança com autismo precisa aprender não só a falar, mas a usar a linguagem para se comunicar. Isso inclui saber como manter uma conversa e  compreender dicas verbais e não verbais das outras pessoas — como expressões faciais, tom de voz e linguagem corporal.

A importância da fonoaudiologia no tratamento do autismo

Os fonoaudiólogos são terapeutas especializados no tratamento de problemas de linguagem e distúrbios da fala, sendo parte fundamental da equipe multidisciplinar no tratamento do autismo.

Os fonoaudiólogos são fundamentais no diagnóstico de autismo e quando ele é feito, esses profissionais avaliam as melhores maneiras de melhorar a comunicação e a qualidade de vida da criança com autismo.

Ao longo do tratamento, o fonoaudiólogo trabalha em estreita colaboração com a família, a escola e outros profissionais. Quando se trata de uma criança não verbal ou com grande comprometimento com a fala, o objetivo da fonoterapia é apresentar alternativas de comunicação.

As técnicas de fonoterapia incluem:

  • quadros de imagens com palavras — uso de imagens para ajudar a criança a aprender a se comunicar;
  • massagem ou exercícios para os lábios ou músculos faciais que melhoram a articulação da fala;
  • músicas e canções para trabalhar o ritmo, a ênfase e o fluxo das frases, entre outras.

O uso dessas técnicas vai depender do profissional e de cada caso. Não existe um tratamento único para o autismo. As intervenções serão feitas com base nas necessidades de cada criança.

Benefícios da fonoterapia para o TEA

A fonoterapia pode melhorar a comunicação geral no autismo, o que possibilita o desenvolvimento de habilidades sociais e a autonomia. Os objetivos específicos da fonoterapia são:

  • aprender a articular bem as palavras;
  • compreender e utilizar a comunicação verbal e não verbal;
  • iniciar e manter uma conversa;
  • compreender a hora e o local adequados para comunicar algo; por exemplo, quando dizer “bom dia”;
  • desenvolver habilidades de conversação;
  • aprender a se comunicar para desenvolver relacionamentos;
  • se divertir com a comunicação, através de jogos e da interação com colegas;
  • aprender a auto-regulação.

O melhor momento para iniciar a fonoterapia no autismo é assim que o diagnóstico for realizado. O Transtorno do Espectro Autista geralmente é evidente antes dos 3 anos, sendo que os atrasos de linguagem podem ser reconhecidos já aos 18 meses. Em alguns casos, o autismo pode ser identificado antes da criança completar um ano.

É muito importante iniciar a fonoterapia o mais cedo possível, para potencializar seus resultados. O tratamento intensivo e individualizado ajuda a diminuir o isolamento social que pode ser fruto das dificuldades de comunicação.

Com a identificação e intervenção precoce, duas em cada três crianças com autismo melhoram suas habilidades de comunicação e o domínio da linguagem falada. A pesquisa mostra que aqueles que apresentam melhora significativa dos sintomas do TEA, são os que fazem fonoterapia desde o diagnóstico.

Se restou alguma dúvida sobre a importância da fonoterapia no autismo, deixe nos comentários.

Referências:

FERNANDES, Fernanda Dreux et al. Fonoaudiologia e autismo: resultado de três diferentes modelos de terapia de linguagem. Pró-Fono R. Atual. Cient. [online]. 2008, vol.20, n.4 [cited  2021-01-26], pp.267-272.

OLIVEIRA, Taisa Ribeiro de Souza et al. Speech therapy intervention in a teenager with autism spectrum disorder: a case report. Rev. CEFAC [online]. 2018, vol.20, n.6 [cited  2021-01-26], pp.808-814.

Font: https://institutoneurosaber.com.br

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